domingo, 3 de novembro de 2019

72-EQUILIBRISTA



72-EQUILIBRISTA

A felicidade se nutre do desejo gerado pelo instinto e a tristeza do fracasso. Sobreviver às grandes perdas é uma rara proeza. Uma força de vontade difícil de aprender e necessária ao ser. Dúvidas geram uma sensação de incapacidade tão grande que nem todos resistem, no entanto, o estado de absoluta certeza é impossível

A razão, a que tanto nos apegamos, só existe por uma evolução dos sentimentos e não pode se sustentar sem que haja o equilíbrio em sua base. Talvez a vida seja essa enorme corda bamba do sucesso a alcançar. Mas, no fim, caímos todos no buraco sem fim da morte, sem volta, para que retornemos aos prótons e elétrons.

As coisas jamais terão um sentido e, por isso, não existe uma resposta eficaz. Logo, parar é bobagem porque as miragens nos fazem andar com mais firmeza. A clareza sempre nos abandonará, ocasionando crises que se devem superar a fim de continuarmos nessa batalha de fim letal.

Seria bom equilibrar-se para sempre, mas a própria corda não mais existirá, quanto mais o equilibrista. O artista tem que aproveitar a sua parte do espetáculo antes que a lona feche.

Equilibra-se é um dever daquele que está fadado a cair em curto tempo.
Ateu Poeta
03/02/2011

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