sábado, 26 de outubro de 2019

22-A BONECA


Por volta de 1986, a mulher tinha falecido e as raparigas pegavam o dinheiro do velho sem fazer nada na cama.

_Meu pai, se preocupe não que eu vou arrumar uma mulher bem legal pro senhor._Uma boneca inflável, ele encomendara por um amigo de São Paulo.

Chamarei aqui o velho de Sebastião, o filho de Soares. O filho mais velho denomino Cícero e Paulo, o borracheiro.

Cícero, num acesso de raiva passou a faca na boneca.

_Como é que tu foi dar uma coisa dessa pro pai, macho? Falta de respeito, cara!

_Falta de respeito é tu furar ela sem ver pra quê. É melhor ficar com ela que deixar o véi com essas quengas que só levam o dinheiro dele.

Depois, Soares vai ao borracheiro, salvo engano, o único na cidade na época.

_Tem jeito não,_Diz Paulo._ mas tu deixa ela aqui sempre que eu tento remendar. Se conseguir, eu aviso.

Passado alguns meses, Soares voltou à oficina, adentrou abruptamente a casa do sujeito, um andar acima, e o avistou utilizando a boneca de seu pai.

_Tu disse que não tinha jeito, mas tá aí!

_Eu ia devolver, mas é que a minha mulher viajou, daí eu passei a usar a boneca.

Ateu Poeta
11/02/2008

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