48-BOMBEIRO INCENDIÁRIO
“Nasci bombeiro, morro incendiário”.
(Alceu Amoroso Lima)
Supernova de cristal à beira da explosão. Não existe portal no olho do furacão, na ilusão do arrebol nem no seio da sinfonia. Vivi poesia, morrerei canção.
Querendo ser libertário, sou prisioneiro do tempo alheio, acorrentado por Aión. Não me entrego ao agora. As batalhas contra Cronos são eternas, mas o meu ser é mortal.
O presente destrói minha mente, o futuro tritura meu corpo e o passado arrasa o meu coração. Minhas asas são de cera, feito Ícaro, e como Empédocles, eu sempre caí no vulcão.
Sou o meu pior anacronismo, um visionário saudosista em corrosiva solução: cinquenta por cento de zero absoluto, a outra metade é hidrogênio do Sol.
Supernova de cristal à beira da explosão. Não existe portal no olho do furacão, na ilusão do arrebol nem no seio da sinfonia. Vivi poesia, morrerei canção.
Ateu Poeta
21/10/2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário