sábado, 26 de outubro de 2019

6-REBATENDO VOLTAIRE

6-REBATENDO VOLTAIRE

François-Marie Arouet, mas conhecido como Voltaire, em seu livro “Histoire de Jenni ou Athée el le Sage” (História de Jenni ou o Ateu e o Sábio) criou uma estória de um garoto filho de um padre anglicano como desculpa para caluniar os ateus.

Embora o seu personagem Freind reconheça “ateus honrados”; no caso, Epicuro, Leontium, Lucrécio, Memmius, Spinoza, e Hobbes; afirma que o ateu rico viveria com honra em sociedade, enquanto o ateu pobre seria tolo se não matasse para roubar. 

Isso é a expressão de um duplo preconceito; mostra claramente que Voltaire não confiava nas classes mais baixas, ligando-as diretamente ao crime. Mas, se a realidade correspondesse, não haveria tanto rico ladrão ainda hoje, e na própria época em que ele escreveu o livro. 

E se Deus fosse um freio, como é afirmado num trecho logo a seguir, não haveria tanto derramamento de sangue em nome das religiões. Os ateus nunca fizeram cruzadas, nem crucificaram ninguém. Muito menos lutaram para ocupar terras ditas “santas”. 

O pastor anglicano Freind ainda afirma que Agostinho teria visto povos sem cabeça e de um olho só, dando a entender que tal coisa seja verdade simplesmente porque Agostinho teria escrito. Mas é um absurdo! Uma grande mentira! Como François quis que alguém acreditasse em absurdo tamanho? 

Birton, o personagem supostamente ateu, que na verdade seria um agnóstico, porque não tinha convicção, coisa que François deixou claro desconhecer; fala “por Deus”. Um ateu não falaria assim perante um debate sério, a não ser por deboche. 

Birton e Freind são iguais num aspecto, ambos são racistas. Freind considera os negros subumanos enquanto Birton não gosta de judeus. Podemos concluir disso que o próprio François era racista. 

O livro mais parece uma missa anglicana em que ao mesmo tempo são caluniados os ateus e a Igreja Católica é atacada. Enquanto os fanáticos são descritos como a pior espécie de gente. 

Para Voltaire, os ateus seriam monstros pensantes que poderiam ser convertidos porque tinham ideias próprias enquanto o fanático era um monstro pior, justamente porque é um ser que não pensa, apenas segue. 

O problema é que esse medo do ateísmo é um preconceito fanático, logo, François-Marie Arouet era um deísta fanático amador do anglicanismo. 

O tempo mostrou que Voltaire está errado e eu estou aqui para lembrar o erro deste pensador. Já se foi o tempo em que não se poderia rebater pensadores, está na hora de surgirem questionadores com coragem para desmascará-los. 

O ateísmo não é apenas um movimento, mas sim um ato de coragem. Para mim, é uma conquista mental, pessoal. Há quem veja como uma coisa inevitável em suas vidas. Ser ateu, acima de tudo, é ter a coragem de abandonar as amarras mentais impostas pelas religiões; uma superação das culturas e ao mesmo tempo estar vivendo um estado natural da mais pura sanidade mental. 

Ser ateu é não se dopar; sair da caverna para ver o mundo real como de fato é, sem superstições. O misticismo é, foi, e será o maior dos males da face da Terra porque ele é que mata os inocentes, justifica o injustificável, elege os maiores crápulas, escraviza os sujeitos e põe a culpa nos fracos. 

Abaixo Voltaire e viva o ateísmo! 

Diga não ao preconceito aos ateus. 

Pense! 

Seja um questionador!

Ateu Poeta

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