sábado, 26 de outubro de 2019

4-LEI

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Numa das partes mais profundas do cérebro fica uma glândula responsável pelo sentido de vingança que, quando ativada, liga, por assim dizer, a glândula geradora de prazer, tamanha a sua proximidade, liberando uma substância química, gerando uma sensação de bem-estar.

Mas, o que teria isso a ver com a criação da lei? Tudo. Uma vez que a lei existe para punir, sendo isso um modo de vingança, podemos afirmar que a a lei, ou seja, o sentido de justiça, causa um sentimento de bem-estar, embora que os malfeitores nada nos tenham feito e ainda que não sejamos nós a julgá-los.

Muitos não têm o sentido do prazer tão ativo, geneticamente, então, procuram ativá-lo pela glândula da vingança. O problema é que, tanto podem ser as pessoas mais certinhas, seguidoras de toa a lei, como o oposto, o pior dos bandidos. Mas, uma certeza temos, eles não serão normais, em outras palavras, ou seguem a lei ao pé da letra ou buscam sempre múltiplas formas de burlá-la.

Tanto causa prazer vingar-se que as pessoas com o distúrbio de pouca liberação de adrenalina, por vezes, fazem de tudo para ser "agredidas" somente para se vingar. Mentem mais facilmente e são frias e calculistas. Entretanto, essas pessoas são as mesmas que viram os "heróis", como bombeiros e policiais que se arriscam mais que os outros.

Já quem sofre do distúrbio da liberação exagerada de adrenalina seguirá a lei, pois estará sempre com medo. O problema é que a mesma adrenalina que causa, por exemplo, a síndrome do pânico, é responsável pelo sentimento de ódio. Por tanto, pessoas com esse distúrbio podem, em excesso de ira, ficar incontroláveis. Dificilmente serão corajosas, frias e calculistas como quem sofre do distúrbio contrário.

A lei existe para assegurar alguém no poder e, por vezes, os dominadores são enganados por ela, deixando mais fortes as elites. Isso se dá porque um povo regido por uma lei forte tem o senso de segurança elevado, ainda que não haja segurança alguma. 

Para se manter no poder é preciso brincar com a lei, iludindo as massas e persuadindo seus opositores, como fizeram: Átila, Aníbal, os césares, Hitler, Stalin, Mussolini, Viriato, Napoleão, o conde Vladimir, Mao-Tse-Tung, Getúlio Vargas, Juscelino, Dom Pedro e tantos outros ainda o fazem.

O homem é "um animal sentimental", como diria a banda Legião Urbana, movido por ódio, amor, e acima de tudo, por amor ao ódio, uma vez que o ódio e o poder são amantes da lei, nela emaranhados. Poder e ódio se alimentam no mesmo prato: a vingança, que tanto dá prazer como alivia o acúmulo de adrenalina no sangue. A vingança é a origem da lei.

Ateu Poeta
23/05/2009

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